Os três maiores países exportadores de vestuário diminuíram a sua quota de mercado em 2023, enquanto países como a Turquia, apesar de ter sentido uma queda em valor, aumentou as vendas ao exterior.
Fonte: Portugal Têxtil – https://portugaltextil.com/china-bangladesh-e-vietname-perdem-mercado/
As interrupções na cadeia de aprovisionamento, a reorganização mundial do sourcing e uma menor procura começam a fazer-se sentir nos maiores produtores de vestuário do mundo. China, Bangladesh e Vietname, os três países, em termos individuais, que mais exportam vestuário, perderam quase um ponto percentual, em conjunto, nas exportações deste tipo de produto, de acordo com os dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). No total, representaram 45% no ano passado, em comparação com 45,7% em 2022.
Separadamente, a China representou 31,6% das exportações mundiais de vestuário em 2023, com uma queda de uma décima face a 2022 e um total de 165 mil milhões de dólares, o que representa menos 10% do que no ano anterior. Estes números puseram fim a uma tendência de crescimento: em 2021 somou mais 24% e em 2022 4%.
O Bangladesh encerrou 2023 com exportações de vestuário no valor de 38 mil milhões de dólares, com uma subida de 3% face a 2022, em comparação com o aumento de 4% registado em 2002 e 20% em 2021. As exportações de vestuário do Bangladesh representaram 7,4% do total em 2023, em comparação com 7,9% no ano anterior.
Já o Vietname exportou 31 mil milhões de dólares em vestuário em 2023, o que representou uma descida de 12% em relação a 2022, ano em que o mercado vietnamita tinha aumentado as exportações em 15%. A quota do país nas exportações mundiais de vestuário foi de 6%, menos uma décima do que em 2022.
De referir que a União Europeia, enquanto bloco regional, ocupa a segunda posição nos principais exportadores de vestuário em 2023, com um valor de 162 mil milhões de dólares, o que representa mais 3% do que em 2022, e uma quota de mercado de 31,1% (em 2010 era de 26,9%). Os números para as exportações extra-UE são, no entanto, bem mais pequenos, com a UE a vender apenas 44 mil milhões de dólares de vestuário para fora, o que significou menos 2% do que em 2022 e uma quota de 8,4% no mercado mundial (em 2010 foi de 7,5%).
A Turquia, por seu lado, registou exportações de vestuário de 19 mil milhões de dólares em 2023, menos 6% do que em 2022, e uma quota de mercado no comércio mundial de 3,6%, aumentando a sua quota em 0,1% face a 2022 – a quota, contudo, é a mesma de 2010.
O grupo dos principais exportadores fica fechado com a Índia, com uma quota de 3%, equivalente a exportações de 15 mil milhões de dólares, que representa uma descida de 13% no valor em comparação com 2022, assim como perda de quota de mercado (3,1% em 2022, 3,2% em 2010), com a Indonésia e com o Camboja – estes últimos com cerca de 8 mil milhões de dólares cada, equivalente a quotas de mercado de 1,6% e 1,5%, respetivamente.
Já do lado dos compradores, a União Europeia ocupa o primeiro lugar, com compras de 203 mil milhões de dólares em 2023 – representando uma quota de 35,8% das importações –, seguido dos EUA (89 mil milhões de dólares, equivalente a 16,8% do total) e do Japão (26 mil milhões, representando 4,5% do total mundial).
De acordo com a OMC, o comércio mundial de vestuário caiu 10% em valor em 2023, devido a diferentes perturbações políticas e logísticas (como os ataques dos rebeldes Houthi no Mar Vermelho) e da inflação que marcou o ano.