Apesar de uma melhoria do sentimento dos consumidores na maioria dos mercados da UE, a confiança mantém-se frágil, com Espanha e Itália a registarem uma queda nas percepções sobre o rendimento disponível e a segurança no emprego.
Fonte: Portugal Têxtil – https://portugaltextil.com/consumidores-ainda-cautelosos/
As conclusões são do estudo Consumer Compass Q2 2024 da Savanta, que destaca alguma melhoria na generalidade dos mercados. Alex Ward-Booth, diretor da Savanta, ressalva, contudo, que embora a confiança dos consumidores esteja a melhorar em toda a Europa, o equilíbrio é ainda precário devido à instabilidade política em França, Itália e, em menor grau, Espanha, o que tem afetado os níveis de confiança.
«Há notícias muito melhores noutros mercados europeus este trimestre, com uma melhoria geral na Alemanha, Países Baixos, mercados nórdicos e, em particular, no Reino Unido, onde as percepções sobre o rendimento disponível estão no nível mais alto desde o aumento pós-Covid em 2021», destaca Alex Ward-Booth, citado pelo Just Style.
O estudo trimestral da Savanta, realizado em junho de 2024 com 3.500 consumidores europeus no Reino Unido, Países Baixos, Alemanha, França, Espanha, Itália e Países Nórdicos, conclui que a proporção de pessoas que se sentem mais confiantes sobre a situação económica no seu país aumentou significativamente durante este período, embora a confiança geral permaneça frágil. Além disso, os hábitos de consumo continuam focados em bens essenciais, indicando uma pressão contínua sobre os orçamentos domésticos. Já o uso da tecnologia no retalho é relativamente baixo em alguns sectores, algo que, antecipa a Savanta, provavelmente irá mudar à medida que as gerações mais jovens demonstrem maior familiaridade com opções digitais.
A Savanta acompanhou o progresso de quatro grupos – que denominou de isolados, cautelosos, apertados e sofredores – definidos por atitudes socioeconómicas, indo além das demografias para entender a resiliência dos consumidores às crises económicas.
De acordo com o estudo, a composição destes grupos manteve-se relativamente estável, embora a Alemanha tenha registado uma redução significativa no segmento dos “sofredores”, com um crescimento direcional nos segmentos “cautelosos” e “isolados”.
Uma grande parte dos inquiridos pertence à categoria dos “cautelosos”, com Itália e Alemanha a liderar com 45% e 44%, respetivamente. Esta categoria foi descrita como sendo «um pouco mais cautelosa» em relação aos gastos e a poupar ligeiramente mais.
O segundo maior grupo é a categoria dos “apertados”, com a Alemanha a apresentar a maior percentagem, com 28%, seguida pelos Países Nórdicos e Itália, ambos com 27%. Este grupo é definido como aqueles que «tomam medidas para comprar marcas mais baratas e/ou frequentar lojas menos caras».
O terceiro maior grupo é a categoria dos “isolados”, dominada por inquiridos dos Países Baixos e do Reino Unido, com 21% e 20%, respetivamente. Este grupo é composto por aqueles que «não são realmente afetados» pelos problemas da economia em geral.
Por último, a categoria dos “sofredores” é liderada por Espanha e França, com 19%. Este grupo inclui indivíduos que «cortaram todas as despesas» que puderam devido à preocupação com o futuro.