Junho 10, 2025

Deco apresenta queixa contra a Shein

"A Shein foi criada para ser viciante: é conduzida por algoritmos poderosos para maximizar o engajamento dos consumidores e o gasto excessivo." - acrescenta Agustín Reyna.

O motivo é o uso de técnicas enganosas, conhecidas como padrões obscuros, que levam os consumidores a comprarem mais do que pretendiam, agravando os problemas ambientais e sociais associados à fast fashion.

Fonte: Portugal Têxtil – https://portugaltextil.com/deco-apresenta-queixa-contra-shein/

Em conjunto com 24 organizações europeias de consumidores e sob a coordenação da The European Consumer Organisation (BEUC), a Deco apresentou uma queixa formal à Comissão Europeia e às autoridades de proteção ao consumidor contra a varejista chinesa.

A denúncia acusa a Shein de recorrer a práticas comerciais enganosas, com o objetivo de manipular os consumidores e incentivá-los a comprar mais do que desejam. De acordo com a associação portuguesa e pesquisas e estudos recentes realizados por diversas organizações de consumidores na Europa, essas práticas ilegais levam a gastos indesejados, prejuízos econômicos para os consumidores e à circulação de artigos de vestuário com substâncias tóxicas.

As práticas denunciadas incluem técnicas como manipulação emocional – “Tem certeza que quer sair? Vai perder esta promoção!” –, mensagens insistentes e o chamado scroll infinito, que mantêm os usuários constantemente navegando e comprando. Essas técnicas, consideradas desleais de acordo com a Diretiva Europeia sobre Práticas Comerciais Desleais, prejudicam a capacidade dos consumidores de tomar decisões informadas e sustentáveis, indo contra os objetivos de transição ecológica.

A Deco e suas congêneres europeias exigem que a Shein cesse imediatamente essas práticas e que apresente provas que confirmem a autenticidade de mensagens como “estoque limitado” ou “promoções relâmpago”, frequentemente exibidas aos consumidores.

Agustín Reyna, diretor-geral do BEUC, destaca que «a utilização de padrões obscuros pela Shein é uma realidade bem documentada, constatada há vários anos, como revelam as investigações dos membros do BEUC. Os padrões obscuros fazem com que os consumidores gastem cada vez mais dinheiro em produtos de fast fashion, que são prejudiciais para si mesmos, para o meio ambiente e para as pessoas que os produzem».

A denúncia agora apresentada ocorre em um momento em que a Comissão Europeia já conduz uma investigação sobre a conformidade da Shein com a legislação de defesa do consumidor e, em maio, reforçou o apelo pelo cumprimento das normas. A Deco «apela a uma resposta firme e rápida das autoridades» após esta nova denúncia, que traz novas evidências sobre o impacto dessas práticas.

«Esse modelo de moda ultrafast fashion é alimentado por práticas manipuladoras que pressionam os consumidores a comprar cada vez mais. A Shein foi criada para ser viciante: é conduzida por algoritmos poderosos para maximizar o engajamento dos consumidores e o gasto excessivo. Esperamos uma resposta firme e ágil das autoridades para pôr fim a essas práticas manipuladoras e iniciar uma investigação em todo o setor», acrescenta Agustín Reyna.

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